Certa vez li que o "romance estava em apuros" e de fato está. Preso em garras de desigualdade, indiferença e tortura. Ralado, cortado, enfraquecido... Só que o que não entendem é que feito areia fina o romance não pode ser levado em mãos abertas pois o vento o leva, e tampouco travado em firmes mãos que escorre pelos vão dos dedos. O romance é algo, assim, que deve ser acolhido, levado em proteção ou então ele se dispersa no ar e vai abrigar-se noutro canto. O romance, ou o nome que o dão, esteve e estará sempre em apuros, pois é preciso que risco ocorra. É, absurdamente necessário que medo e fraquezas façam parte disse processo... só assim aprendemos, entregamos, erramos, e o mais importante: só assim ele deixa o vento o levar quando for a hora de partir.
"Temo por te amar e esse amor não lhe ser bem quisto."