Furiosamente senti tua lingua invadir minha boca, percorrer cada centímetro dela, tuas mãos me envolviam, me invadiam, e teu corpo, que mesmo ainda coberto pelas vestes, me transmitia o calor, o ardor, o fogo do momento. Era, sem dúvida alguma, o desejo de longa data, a expectativa de auto firmação, o "poder ser capaz"... mas apenas era, bastou o desejo se tornar real e uma única frase para trazer a tona a frieza de movimentos ensaiados, a interpretação fiel do papel de quem disse querer o quer queria. Não valeu nada, foi tudo uma reação prevista de outras datas. Fez, e não simplesmente fez, foi perverso e adverso, incandescente, envolvente, fez exatamente o que sempre levou-me a loucura, mas minhas respostas eram todas programadas, agi de maneira manipulada por mim mesma, nada era espontâneo como deveria ser, temo até mesmo dizer que fora tudo uma questão de orgulho, afinal já estávamos ali... Não, não podia ir além e de maneira sutil soube bem escapar da armadilha que eu me
"Temo por te amar e esse amor não lhe ser bem quisto."