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A volta

Pois então, o tal do grande dia estava próximo, lá ia eu retomar meu "hobbie-work" predileto, minha volta as pick-ups! Faltavam menos de 30hrs pra magia acontecer e recebo uma mensagem extremamente intrigante no celular que colocava em risco essa "volta". Procura daqui, liga pra um, fala com outro... Enfim, o evento ao qual havia sido convidada para tocar tinha sido cancelado, "suuuuuper" legal (NOT). Cancela convite, desmarca encontro...

1 - Mas será conspiração?
2 - Talvez, mas prefiro não pensar nisso
1 - Até parece...
2 - Pare de me atormentar, eu não me importo
1 - Não mesmo? Eu duvido!
2 - Você não sabe de nada
1 - Sei sim, e sei muito bem que você sabe disso

O que resta a essa hora? Um bar, bons amigos, e a discografia completa do Gram cantada por duas pessoas que por um certo momento me arrependi de ter juntado-as, rs. Não montei case, não finalizei as gravações de cd's e, inclusive, me coloquei a disposição da empresa para trabalhar a noite. O que por sorte não foi necessário.

Sexta feira, a ida para o trabalho foi cheia de surpresas, acordei com o Eric me ligando, depois encontrei a Dressa e na sequencia o Eric... Metro barra funda e viva o Vivo On que me permite acessar internet em qualquer lugar. Um scrap: "japa, vc discoteca hj no Retromix"

Hã?

Alguns minutos para a ficha cair e 20 minutos para entrar em contato com todo mundo avisando o cancelamento do cancelamento. Span no orkut, sms, ligações, entre mortos e feridos ainda salvei meia dúzia de malucos que decidiram participar dessa loucura.

1 -Você tem certeza? Pensa bem, tem tudo pra dar errado
2 -Tenho que concordar com você, mas isso não quer dizer que aceito ou seguirei o que você tem a sugerir
1 -Você nunca me ouve mesmo...

Sempre que coisas assim acontecem parece que mais um milhão delas aparecem, tive um dia corrido no trabalho e com muito mais tarefas do que o normal, mesmo assim consegui sair mais cedo e pegar todo transito do mundo para chegar em casa. A parte legal é chegar em casa e fazer tudo oque você faria em dois dias em poucas horas, agarrei-me em bons pressentimentos, fechei meu case e sai de casa. Inicialmente já não mais acreditava que alguém iria me ver, todo mundo havia ficado em dúvida se iria acontecer mesmo a discotecagem, tudo extremamente compreensível.

1 -E essa traça correndo na parede?
2 -Por que diabos você sempre tem que tirar minha atenção?
1 -Não sou eu quem faz isso, é sempre você

Entrei no vagão do metro como se fosse a primeira vez, a viagem foi curta até lá ou pelo menos pareceu e sem mais nem menor lá estava eu na porta do retromix.

1 -E então, o que vai ser?
2 -Maldita hora que te li Laranja Mecânica
1 -Já disse, a culpa é sempre sua

Na noite anterior fui colher informações sobre o Retromix e fiquei com medo de levar alguém pra lá, fiquei com medo até mesmo de ir pra lá... Fazia muito tempo q não discotecava e não queria voltar, mesmo que de brincadeira, em uma casa que não tivesse estrutura, fosse suja e que mês convidados se sentisse mal. Bastou passar pelo pano preto da porta que essa impressão se dissolveu. O espaço que é sede do Retromix tem um ar retro, underground, mas com ambientes aconchegantes até, cada ambiente é um espaço diferente do outro, o bar, o louge, a pista, o quintal, cada um deles que você visita parece estar em um "pico" diferente.

Encontrei vários conhecidos por lá e até indesejáveis, que sem fazer esforço algum ignorei-os. Dei muita risada, quebrei o jejum de cerveja, entrei na cabine e senti que meu estômago ia sair pela boca. A pista havia sido aquecida pelo Kpta e não podia fazer feio assumindo logo após ele, cheia de dúvidas ainda abri meu case, tirei um Eurythims e abri meu set com Sweet Dreams. A resposta foi positiva, mas minhas mãos ainda estavam tremulas. Discotecar é como andar de bicicleta, a gente nunca esquece, mas eu tava me sentindo no topo de uma ladeira...

3 -Se concentra!
2 -Meu, não tá legal
3 -Para com isso, olha
2 -Não, ainda não
3 -Continua assim

Smiths, Depeche, Cure, SoftCell, Joy, Sisters, e a pista se manteve e cersceu... Me disseram que eu deveria pagar algum tipo de imposto, não me lembro se ipva, iptu, pra andar na rua... Achei engraçado. Fiz um set de libertação, exorcizei meus demonios e no fim de tudo entreguei a pista pro Quest com sensação de dever cumprido.

Finalmente fui pra pista curti, dancei, dancei, dancei e... Enfim, voltei ao meu normal, com todas as letras pude dizer a mim mesma "SIM, LIVRE".

1 -E se acontecesse como a duas semanas atrás?
2 -Não vai acontecer
1 -Tem certeza?
2 -Absoluta
1 -Então veja ele agora, assim como no outro dia, o que me diz?
2 -Digo que estou liberta e adorando cada segundo
1 -Agora não tenho mais dúvidas, até amanhã.

A noite se prolongou em meia a muitas conversas, risadas, cervejas e tudo o que sempre fez parte das minhas discotecagens. Muitas pessoas de extrema importância me fizeram falta nessa noite, mas outras que eu achava que eram importantes eu tive que fazer um esforço enorme para lembrar que não estavam por lá. Isso foi o melhor de tudo.

Eu não penso eu ser uma Dj de renome na noite underground nem no mainstrean, sempre discotequei por lazer e acredito que justamente por fazer assim acabei cativando algumas pessoas que se no primeiro dia que me viram tocando se achavam publico hoje em sua grande maioria são amigos.

Fechei a noite com chave de ouro, fiz exatamente tudo o que tava com medo de fazer por não querer me deparar com fantasmas, mas nenhum deles apareceram.

Essa "volta" pras cabines me fez muito bem, apesar de todos as pedras no caminho, colocadas por alguém ou pelo próprio destino, eu sobrevivi, alias, eu renasci.

Valeu Kpta pelo espaço e credibilidade, Shinodinha, Sú, Japa, Sam, Bru, Kati, Mola, Iara, Nescau, sempre juntos no role.

Tem fotos do evento no Flickr todas feitas pelo meu querido Marcelo Costa (Mola)

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