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Balas de canelas

Eu não aguento mais tentar expressar tudo isso que aqui dentro me corrói em meras palavras, sentar na frente dessa tela fria e incrivelmente fracassar. As palavras não são mais suficientes... deve ser por isso que tenho há tanto tempo tenho me afastado daqui. Parece que o que antes me era suficiente para esvaziar a mente agora não funciona mais. Tenho saudade da época em que me bastava abrir um mero bloco de notas e como um passe de mágica libertava tudo o que me incomodava e no final, assim que eu lia o que havia escrito, tudo por lá ficava, fosse a tristeza por um amor não correspondido, a incerteza de um novo alguém, a ansiedade por um novo dia, a dúvida de uma escolha, não sei como, mas cada vez que escrevia me sentia mais leve, limpa, aliviada.

Hoje o que escrevo já não leio e o que leio não mais me toca. Não perdi a inspiração pra poemas, nem deixei de ter sonhos bons para narrar, mas de alguma forma o que sempre me moveu a escrever foram dores e negatividade, pois as boas coisas dessa vida eu finalmente aprendi a conviver e guardar elas somente para mim. Porém isso não significa que deixei de sentir angústias...

Sempre escrevi com a intenção de que o causador ou o merecedor do momento ouvisse minhas "preces e desabafos", me parecia que dessa forma eu conseguia avisa-lo de que algo estava certo ou errado, e fazer tudo isso, incrivelmente, dava muito certo. Nem sempre minhas palavras chegavam realmente á quem eu as dirigia, mas eu me sentia aliviada depois de "falar", tirava de mim o peso do "mas eu podia ter dito e não disse". É, pelo visto eu cresci e só vir ao meu confessionário não é mais suficiente para me sentir aliviada. É verdade, eu falei mais o que sentia e escrevi menos...

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Ausente

Não importa quanto tempo passe, não importa quão diferente seja o horizonte, no fim de tudo, basta apenas uma palavra maldita  mal dita e tudo retoma. São tantos esses fantasmas que me perturbam, são tantas claras noites que afugentam o sono de quem precisa dele para esquecer... Meu passado não me condena, mas me atormenta. As mesmas vozes, os mesmos rostos, o mesmo tudo. Mais um vez, a tal felicidade que parecia se aproximar para ficar, dá licença para que esses monstros retomem os meus dias. Não existem trancas para essa porta. Dias de escuridão se aproximam e minha lanterna não consegue mais clarear meu caminho. Viver caminhando sobre pedras que já chutei... De que vale tantos sonhos se os dias os tornam pesadelos?
"Não quero ser quem te traz mais um problema... Não quero ser quem te prende em um dilema..." (Udora - quero te ver bem) __ E fica em mim a imagem de um por do sol, de uma tarde qualquer de outubro, que teus olhos me queriam. Fica pra sempre em mim, cada momento com você. Um suspiro... ainda consigo sentir tua fragancia. Nada, nunca, nem ninguém, jamais serão capazes de me fazer esquecer. Todos teus gemidos, frases, e abraços... Nunca vou arrumar a cama, ficará ali pra sempre, intacta, esperando você pra se completar... E já que a ferida não cicatriza nunca, deixe então que por ela saia tudo aquilo que ainda sinto, quem sabe assim eu não precise mais me ferir. Quanto mais eu me entorpeço mais inutil fica... até quando isso vai ser suficiente pra calar esse pranto que já me tira noites de sono? Logo mais tudo se acabará pra sempre, sera enterrado em mim todas as lembranças e esperanças, tudo irá acabar... Sera que algum dia você vai sentir minha falta?

Suspiros

E a gente navega, constrói horizontes de perfeição  Expande o núcleo de boas lembranças  Sorri, respira, inspira e esquece lembrando É o tempo que passa,  passa,  passa e não apaga o que ficou pra trás  Ai a gente recolhe momentos  pendura suspiros  torce pensamentos  e seca lágrimas  E o sol se põe a noite te banha a lua te chama e a gente sonha